“Rezo que ela esteja viva, mas a cada dia perco as esperanças”, diz pai de mulher que pode ter sido assassinada

Namorado é apontado com o o autor do crime e está preso, mas o corpo ainda não foi encontrado.

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Foto: Arquivo Pessoal
Foto: Arquivo Pessoal

Angústia e incertezas. Esses são os sentimentos descritos por amigos e familiares da advogada Karize Ana Fagundes Lemos, 33 anos, desaparecida há mais de duas semanas em Caçador, na região Meio-Oeste de Santa Catarina. A polícia trata o caso como feminicídio, mas não descarta outras linhas de investigação, já que o corpo não foi localizado.

“Quero acreditar e rezo que ela esteja viva, mas a cada dia que passa perco as esperanças”, disse o pai de Karize, Rudnei Lemos, contabilizando 17 dias desde que recebeu a notícia da prisão do companheiro da filha, que confessou ter a matado e escondido o corpo.

“Eu moro em Vargem e sou separado da mãe dela há anos. Tenho duas filhas, a Karize e outra que mora em Lages que também está em contato com a polícia de Caçador, mas até agora não temos novidades. O que sei é que minha filha faz muita falta”, lamenta.

De acordo com Rudnei, mesmo depois que saiu de Campos Novos para cursar a faculdade de Direito em Caçador, Karize mantinha contato e fazia visitas ao pai.

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“Ela vinha me visitar e posava aqui no meu sítio. Sempre muito querida e estudiosa. Ficava lendo até tarde. Anos atrás marquei e acompanhei ela no médico que receitou remédio para depressão, depois ela fez cirurgia para retirar pedra no rim, mas fora isso a gente conversava por mensagem e ela dizia que estava bem, com bastante trabalho no escritório”, acrescentou.

A irmã Karine, que mora em Lages, disse apenas que a família está bastante abalada e sem muitas informações. Segundo ela, a família contratou um advogado, mas segue sem respostas.

Delegado afirma que investigação é complexa

O delegado Marcelo Colaço, responsável pelo caso, definiu a investigação como complexa, já que o suspeito do crime se mantém em silêncio e pela ausência de testemunhas presenciais.

“O corpo não foi encontrado, o autor se manteve em silêncio e encontra-se ainda em Guaíra, no Paraná. Já foram iniciados os trâmites para sua transferência para Caçador. Os equipamentos eletrônicos que estavam em posse dele, como computadores e celulares, já foram para perícia e aguardam-se os resultados desses elementos para traçar uma linha do tempo com base no trajeto realizado pelo autor até Guaíra. Em relação ao sangue que havia no veículo utilizado pelo autor foi encaminhado para perícia, mas ainda não há um resultado comparativo com o sangue de Karize”, declarou Colaço em entrevista no dia 8 de outubro.

De acordo com informações apuradas pela reportagem do Portal RBV, até esta terça-feira, 15, o suspeito ainda permanecia no Paraná. Já o delegado, em novo contato, disse que a investigação segue em andamento. “Até novas informações concretas não vamos divulgar mais nada. Esperamos ter novidades em breve”, disse. O prazo para conclusão do inquérito é de 30 dias desde a decretação da prisão preventiva do suspeito.

MP acompanha o caso

Já o Ministério Público, através de nota, disse que o caso é acompanhado pela 5ª Promotoria de Justiça da Comarca de Caçador, que atua na área criminal, que será a responsável por oferecer a denúncia à Justiça, com base nas investigações. “O promotor só irá se manifestar após o oferecimento da denúncia”.

Amiga postou carta no Facebook

Além de familiares, amigos de Karize também sofrem com a falta de informações. “Assim como a polícia e familiares, não temos informações. Só incertezas. Estou muita abalada e expressei meus sentimentos em uma carta aberta no Facebook”, disse a amiga e colega de profissão, Jaqueline Moriggi.

Fonte:

Portal RBV

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