Antigo CIP, Casep de Joaçaba é considerado modelo
Centro de Atendimento Sócio Educativo Provisório, ou CASEP.
Centro de Atendimento Sócio Educativo Provisório, ou CASEP. Este é o novo termo em substituição ao antigo CIP, Centro de Internamento Provisório, que para muita gente soa com um tom pejorativo. A nomenclatura foi alterada depois que o Departamento Estadual de Atendimento Sócio Educativo (DEASE) assumiu em Santa Catarina a administração dos abrigos de menores infratores.
Em Joaçaba quem tem contato pela primeira vez se impressiona com o trabalho desenvolvimento junto aos adolescentes infratores. A estrutura conta com 11 funcionários entre educadores, setor administrativo e cozinheiras. No momento são 13 internos de diversas cidades do estado: um de Porto Belo, um de Palhoça, quatro de Campos Novos, dois de Capinzal, dois de Joaçaba, um de Seara, um de Fraiburgo e um de Canoinhas, com idade a partir dos 15 anos. Ladir Mendes é o administrador do antigo CIP de Joaçaba e atua há nove na ressocialização de menores de idade. Ele conta que o agora Casep recebeu na semana passada uma visita do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), um procedimento estadual feito por um juiz federal de Florianópolis. “Ele esteve em contato com o juiz Alexandre Dittrich Bühr e recebemos vários elogios”, revela. Visitas com o objetivo de acompanhar as atividades do CIP acontecem semanalmente por parte da Promotoria e Juizado da Infância e Juventude locais. Mendes comenta orgulhoso o “título” ostentado, segundo ele, há um bom tempo pelo CIP de Joaçaba. “Graças a Deus a gente conseguiu levar a fama de 1º lugar em Centro de Atendimento ao Adolescente. Somos considerados modelo no Estado, graças ao desempenho dos nossos funcionários”, elogia. O administrador explica que as ações começam com a chegada do adolescente ao local. “Em alguns casos a gente começa viabilizando documentação aos que não têm”. Entre os projetos, o administrador conta que está sendo pleiteada junto à Promotoria a implantação de cursos profissionalizantes em parceria com o SENAI. O montante estimado em R$ 20 mil, seria originado do Fundo da Infância e Adolescência, o FIA. Se aprovado, serão oferecidos aos internos do Casep os cursos de técnico em informática, eletricista, encanador, servente de pedreiro e soldador, com duração média de três meses. A remuneração deve ser integral dos adolescentes. Ladir Mendes destaca também que há uma parceria com três empresas gráficas de Joaçaba que levam e buscam materiais produzidos pelos adolescentes. “É a única unidade do Estado onde os adolescentes desenvolvem atividades em gráfica”. Os internos contam ainda com estrutura para a prática de esportes como futebol, vôlei, tênis de mesa, além do cultivo de pomares, hortaliças, peixes e a jardinagem. Uma biblioteca está sendo montada no Casep com livros doados pela comunidade e entidades assistenciais. Segurança "Questão de segurança não existe. Recebo apoio da Polícia Militar e da Polícia Civil, mas dizer que eu tenho um sistema de segurança aqui no Casep eu não posso”. Essa é a resposta de Ladir Mendes sobre a vulnerabilidade do abrigo. De acordo com ele, há uma lei determinando que nenhum funcionário de unidade que abriga adolescentes pode trabalhar armado. “Como envolve adolescentes a Justiça entende que não há necessidade de se utilizar arma”. Mendes rememora o dia 07 de março deste ano, quando bandidos resgataram dois interno em Joaçaba. Um proveniente da cidade de Campos Novos e outro de São José. No dia seguinte ao resgate, um deles foi apreendido em Blumenau após assalto e troca de tiros com a polícia. Ele foi transferido para São José do Cedro. O outro continua foragido. Por estar localizado longe do perímetro urbano do município, às margens da BR-282 nas proximidades do distrito industrial, o Casep também já foi alvo de disparos de arma de fogo por pessoas que não foram identificadas.