Bolo envenenado: “não sai da prisão nesta vida”, diz delegado sobre suspeita

Deise Moura dos Anjos está presa preventivamente, acusada de triplo homicídio duplamente qualificado e tripla tentativa de homicídio.

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Reprodução / CNN
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Em entrevista coletiva realizada na manhã desta sexta-feira (10), a Polícia Civil do Rio Brande do Sul confirmou que a morte de Paulo Luiz dos Anjos, sogro de Deise Moura, em setembro de 2024, foi resultado de envenenamento por arsênio introduzido no leite em pó e não na farinha como o caso do bolo.

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Diante das descobertas obtidas por meio das investigações, o delegado Heraldo Chaves Guerreiro, sub chefe de polícia civil de RS afirma que “as provas colhidas indicam que Deise não sairá da cadeia nessa vida”. 

Deise Moura dos Anjos está presa preventivamente desde o dia 5 de janeiro, acusada de triplo homicídio duplamente qualificado e tripla tentativa de homicídio. A investigação, nomeada “Operação Acqua Toffana”, aponta que Deise teria envenenado o bolo que matou três pessoas e deixou outras duas internadas durante uma confraternização familiar na véspera de Natal de 2024.

Entenda agravantes do caso

Em contato com a CNN, Rafael Paiva, especialista em direito criminal, explica que o envenenamento é considerado um agravante em casos de homicídio porque torna o crime mais reprovável, além de dificultar a defesa da vítima e causar grande comoção social, o que pode levar Deise a não sair tão cedo da cadeia.

“Veja, o crime de homicídio já é um crime grave, ele tem pena de 6 a 20 anos. O crime de homicídio qualificado é ainda mais grave. Veja que o resultado é o mesmo, é a morte da pessoa, mas a forma de execução do crime é mais grave, é mais reprovável, por isso a pena é maior. […] No caso do crime de homicídio qualificado a pena vai de 12 a 30 anos, é uma pena bem maior”, explica o especialista.

O fato do homicídio qualificado ser por envenenamento aumenta consideravelmente a pena, o que pode levar o criminoso a passar décadas na prisão. Além disso, a natureza oculta do veneno também pode ser um fator que dificulte a defesa do acusado, já que a própria forma do crime dificulta a identificação de qualquer ação impulsiva ou acidental.

“É considerado crime hediondo e essa hediondez, ela vai impossibilitar a pessoa condenada o acesso a alguns benefícios da lei. Por exemplo, quando o crime é hediondo não cabe fiança, […], não cabe anistia, graça ou indulto, […] a progressão de regime é maior”, afirma Paiva.

Ao aumentar a punição para crimes que utilizam veneno, o sistema judicial busca desestimular essa prática hedionda, além de reforçar a ideia de que a vida é um bem inviolável, que deve ser protegido e valorizado a todo custo.

Mente criminosa

Segundo o delegado responsável pelo caso, Marcos Veloso, Deise é uma pessoa fria, que sempre tinha uma resposta pronta. Além, disso, apresentava ser uma pessoa “tranquila”, mas que tentava manipular a opinião da família sobre os incidentes, principalmente a morte do sogro.

Mensagens descobertas nas investigações mostram o perfil descrito pelo delegado. “Quando eu morrer, cuida do meu filho, porque eu provavelmente não vou para o paraíso”, diz Deise para sogra (Zeli).

Na mesma conversa, mas em relação à morte do sogro, Deise diz: “acho que não devemos procurar culpados para o que não tem”.

Fonte:

CNN

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