Bombeiro fala sobre atendimento na Central de Operações no dia da chacina em Saudades

Muller descreve como foram aqueles momentos de tensão vividos na manhã do dia 4.

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Era um dia normal de trabalho para a corporação do Corpo de Bombeiros, em especial para o o subtenente Lazaro Muller do 6º batalhão que atua na Central de Atendimento da corporação, mas tudo mudou depois que ele recebeu três chamadas no 193 na manhã no dia 04 de maio.

“Meu Deus, socorro, tem um maníaco aqui na creche”. Essa foi a frase que o subtenente Muller ouviu após atender a primeira ligação. Em entrevista ao Portal Éder Luiz, na tarde desta quinta-feira, 06, ele descreve como foi vivenciar e auxiliar naquela trágica chacina ocorrida na creche Aquarela em Saudades.

"Na hora que recebi a ligação, pelo desespero da solicitante eu já percebi que era grave a ocorrência, tanto é que eu rapidamente acionei a cidade de Saudades e o Corpo de Bombeiros de Pinhalzinho que fica próximo a cidade para dar suporte", relata Muller.

Da Central de Atendimento, o bombeiro militar que é casado e tem uma filha e atua há 38 anos na profissão, teve que manter a calma para passar segurança à mulher e dar andamento a ocorrência rapidamente.

"Precisamos estar psicologicamente preparados para situações assim, por isso é preciso manter a calma. Saímos de casa para o trabalho sem saber o que vamos encontrar, por isso precisamos estar sempre preparados", afirma.

Logo após receber a ligação Muller já falou com os socorristas sobre o ocorrido e orientou para que eles tivessem cuidado ao adentrar na creche, pois segundo a ligação, o homem estava com arma branca.

Imediatamente duas equipes do Corpo de Bombeiros se deslocaram para a creche Pró-Infantil Aquarela, uma viatura de Saudades e outra de Pinhalzinho.

"Com a experiência do dia a dia e por perceber que era algo grave, já fui solicitando auxílio de outras entidades. Acionei as ambulâncias e também a Polícia Militar. Além disso, orientei os soldados para terem a devida proteção ao entrar no local”, conta Muller.

Após receber a primeira ligação e tomar as devidas providências, o subtenente ainda recebeu mais duas ligações e informou os solicitantes que o socorro já estava a caminho.

Foto: Arquivo Pessoal
Foto: Arquivo Pessoal

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