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A diretoria da BRF Brasil Foods, resultado da compra da Sadia pela Perdigão, iniciou uma semana de visitas às suas unidades no país para comunicar aos funcionários sobre as próximas etapas da fusão. A união foi aprovada semana passada, com restrições, pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Segundo o Valor Econômico apurou, a partir desta terça-feira a presidência fará visitas a unidades de Mato Grosso, Distrito Federal, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

A assessoria de imprensa da BRF confirma o início das visitas, mas não detalha a agenda. Segundo a empresa, a principal preocupação no momento é comunicar aos funcionários das fábricas sobre a decisão do Cade. Serão visitadas unidades da Sadia e Perdigão. O cronograma prevê reuniões tanto em plantas que deverão ser alienadas quanto em fábricas que serão preservadas, informa a companhia. Em Santa Catarina, a unidade de Videira é a única com previsão de visita na agenda da presidência da BRF. A cidade é considerada o berço da Perdigão. Segundo Defendente Tomazoni, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Carnes e Derivados, Indústrias de Alimentação e Afins de Videira (Sintricavi), representantes dos trabalhadores de Capinzal, Herval d´Oeste, Salto Veloso e Lages, além de Itajaí, e da Federação Trabalhadores na Indústria de Alimentos de SC (Fetiaesc) devem acompanhar o encontro, previsto para sexta. Tomazoni disse que equipes administrativas que trabalhavam em Videira já foram reduzidas e muitas funções foram transferidas para Curitiba e Itajaí. O representante sindical não descarta que a unidade, em funcionamento desde a década de 60, esteja na lista de ativos à venda pela BRF. "Se alguém comprar, pode até investir. A tendência é até crescer", afirma. Segundo o Sintricavi, a unidade de Videira tem cerca de 3,5 mil trabalhadores e abate 350 mil aves por dia em três turnos de produção. O abate de suínos, realizado em dois turnos, é de 3,5 mil animais por dia. Em Concórdia, a expectativa dos trabalhadores é que a unidade da BRF seja preservada. Segundo Valdir Azeredo e Silva, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação (Sintrial), a operação inclui linhas de aves, suínos, industrializados e lácteos e emprega cerca de 6 mil trabalhadores. "Se vão manter a marca Sadia, acho difícil vender a fábrica de Concórdia, cidade onde o Attilio Fontana cravou os pés", diz Silva, referindo-se ao fundador da Sadia.

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