Cirurgia inédita para controle da dor em pacientes oncológicos é realizada no HUST

Sistema usa uma pequena bomba que é cirurgicamente colocada sob a pele do abdômen.

, 4.947 visualizações
Dr Breno Grossi durante o procedimento
Dr Breno Grossi durante o procedimento

Na terça-feira (09), a equipe composta pelo Médico Anestesiologista e Especialista em Dor e Médico da SEDAR - Serviço de Anestesia e Dor Dr. Breno Grossi, o médico cirugião geral e do Aparelho Digestivo Maurício de Marco e os médicos anestesiologistas, Douglas Pellizzaro e Dr Marcos André, realizou, pela primeira vez no Hospital Universitário Santa Terezinha (HUST) de Joaçaba, um Implante de bomba para tratamento de dor de difícil controle em paciente oncológico.

De acordo com o Dr. Breno, o sistema usa uma pequena bomba que é cirurgicamente colocada sob a pele do abdômen. A bomba fornece medicação por um cateter que vai até a área ao redor da medula espinhal. Como o medicamento é administrado diretamente na área da dor, seus sintomas podem ser controlados com uma dose muito menor do que a necessária com a medicação oral, reduzindo os efeitos colaterais da medicação. Popularmente, esses dispositivos são conhecidos como bomba de morfina.

Dr Breno Grossi
Dr Breno Grossi

Dr Breno explica ainda que este procedimento se baseia na seguinte lógica: as medicações injetadas na região intratecal (no líquor) atingem o seu alvo de forma mais direta, necessitando de uma dose menor do que a oral, para fazer o mesmo efeito.

Com o procedimento, doses necessárias para controle da dor são muito menores daquelas usadas pela via oral ou endovenosa, pois a medicação age diretamente ao redor da medula, local que transmite os estímulos de dor. Como a morfina não passa pelos demais órgãos do corpo, os efeitos colaterais são mínimos. Não ocorrem tonturas, vertigens, sonolências, náuseas, mal-estar, dificuldades de raciocínio, entre outros efeitos comuns com o uso da medicação via oral ou endovenosa. O efeito para controle da dor é muito mais potente com a bomba de infusão intratecal, mesmo sendo utilizadas doses centenas de vezes menores.

 "Não é necessário o paciente se preocupar em tomar medicações, pois a bomba libera a medicação de forma contínua e uniforme, durante todo o seu período de vida útil (vários anos). A única preocupação passa a ser o comparecimento periódico (a cada 2 a 6 meses) para o abastecimento do reservatório do sistema; Dores que antes eram intratáveis e rebeldes, podem ser controladas com o uso da bomba de infusão intratecal de morfina", destacou o médico.

Parte da equipe que atuou na cirurgia
Parte da equipe que atuou na cirurgia

Dr Breno destaca ainda que este tipo de procedimento é o que existe de mais avançado no tratamento da dor, sendo realizado em centros hospitalares avançados do Brasil e do mundo. A primeira cirurgia realizada em Joaçaba significa uma revolução e avanço significativo nos tratamentos das dores crônicas.

Notícias relacionadas