Cirurgião-dentista de Joaçaba tem estudo publicado em importante revista nacional
Estudo desenvolvido no HUST, tratando lesões de mucosite em pacientes oncológicos, apresenta resultados promissores.
Um estudo realizado em pacientes sob quimioterapia no Hospital Universitário Santa Terezinha (HUST), em Joaçaba, acaba de ser publicado em uma importante revista nacional com enfoque para cirurgiões-dentistas, a Full Dentistry in Science pertencente a Editora Plena.
A pesquisa, encabeçada pelo Cirurgião-dentista local Leonardo Rosalen da Silva (CRO-SC 18624) e também conduzida por outros odontólogos, como a Mestre em Periodontia Soraia Almeida Watanabe Imanishi; a Mestre em Odontologia Clínica, Léa Maria Franceschi Dallanora; a Mestre em Odontologia Clínica Amanda Lopes; o PhD em Implantodontia, Jaques Luiz; e a PhD em Periodontia, Flávia Sukekava, tratou por aproximadamente dois anos, pacientes na ala de oncologia do HUST que apresentavam lesões orais de mucosite oral e apresentou resultados promissores a nível nacional com o uso de um produto de origem Holandesa, chamado Blue®M FLÚIDO.
A mucosite é uma inflamação da parte interna da boca e da garganta que pode levar a úlceras dolorosas e feridas nessas regiões, e é um dos principais efeitos colaterais da quimioterapia e radioterapia de cabeça e pescoço.
“Muitos pacientes chamam essas lesões de “aftas” decorrente do tratamento do câncer, sem entender realmente o que está acontecendo com seu corpo. Neste contexto notamos a importância de se ter um cirurgião-dentista dentro dos hospitais, para diagnosticas e tratar toda patologia oral, e até mesmo dental” conta Leonardo, autor principal do artigo e responsável pelas visitas aos pacientes.
Uma das principais preocupações da mucosite em pacientes em terapia é que, com a sua presença, o tempo médio de internação aumenta. Em muitos casos os pacientes até mesmo param o tratamento por conta dos altos níveis de dor que as lesões podem alcançar. No presente estudo Blue®M FLUÍDO apresentou excelentes resultados por meio do seu potencial de liberação de oxigênio ativo e aceleração do processo de cicatrização de lesões, auxiliando na redução da dor causada pela mucosite. Ainda, por não conter xilitol, álcool e mentol em sua composição o produto é menos propenso a efeitos colaterais comuns em outros tratamentos.
Um pouco sobre a pesquisa:
Inicialmente, 80 pacientes foram selecionados, mas os resultados foram alcançados a partir das respostas de 76, porque somente eles cumpriram, integralmente, o processo terapêutico apresentado pelos pesquisadores.
O estudo foi baseado nas dores que os pacientes sentiam na boca e garganta durante as últimas 24 horas do tratamento, e o acompanhamento individual de cada paciente feito por cinco dias. Os pacientes davam notas de 0 a 10 para dor na boca que sentiam diariamente, sendo 0 nenhuma e 10 uma dor insuportável.
Foram analisados quatro tipos de processos terapêuticos: fluído oral com liberação do oxigênio da marca Blue®m, bochecho com nistatina (medicamento antifúngico), uso de aparelho de laserterapia de baixa potência e placebo de laserterapia.
Os resultados mostraram que o uso do fluido oral teve mais efeito contra a dor, uma vez que os pacientes relataram a diminuição de 4,6 pontos na sensação de dor da sua dor inicial comparado a final (quinto dia de tratamento). Um número muito superior aos demais, visto que o segundo lugar ficou com o uso de nistatina, que registrou queda de 2,1 pontos de dor, seguido pelo aparelho de laserterapia e placebo, que não tiveram resultados tão significativos por conta da sua aplicação restrita em uma sessão.
Segundo Leonardo, o uso de fluido oral também teve melhor resultado na realização das atividades diárias porque o oxigênio ativo liberado pelo produto, além de limpar a superfície das feridas estimula a proliferação celular local e assim diminui o tempo de cicatrização. Em suma, quanto antes cicatrizarem as lesões menos dor os pacientes sentirão.
“Além dos melhores resultados para os pacientes, a grande vantagem é que esse tratamento é mais acessível quando comparado aos outros, tanto financeiramente quanto por comodidade. Ele pode ser usado em casa, enquanto a laserterapia exige que o paciente se desloque até o hospital”, explica.
De acordo com Leonardo, o fluído oral não gera os efeitos colaterais comuns à nistatina, “como diarreia, náuseas e vômitos”, salienta.
O estudo mostra a importância da pesquisa para encontrar soluções que melhorem a qualidade de vida dos pacientes.