Confirmado para Joaçaba júri de 8 indígenas

Está marcado para o dia 17 de Outubro de 2011, em Joaçaba, um dos maiores júris já realizados no estado e num formato inédito no município.

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Está marcado para o dia 17 de Outubro de 2011, em Joaçaba, um dos maiores júris já realizados no estado e num formato inédito no município. Trata-se do julgamento de 8 indígenas, acusados da morte do líder sindical Olices Stefani, crime acontecido em fevereiro de 2004 na cidade de Abelardo Luz.

Á princípio, o julgamento seria realizado na cidade de Chapecó, mas no andamento do processo houve o que se chama de “desaforamento”, que é um requerimento que o defensor de um acusado faz ao Tribunal de Justiça solicitando que ele seja julgado em cidade diversa da que ocorreu o crime, alegando que o réu não terá um julgamento justo nesta cidade por alguma razão. Como se trata de crime envolvendo indígenas, seu andamento se deu todo pela justiça federal, e como Joaçaba tem uma vara optou-se pela cidade. A estrutura para o júri será toda montada na universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc). O terceiro andar do centro de direito foi solicitado e será cedido para os trabalhos. Um dos advogados que foi convocado pela justiça para atuar no júri e Álvaro Alexandre Xavier, de Joaçaba. Ele confirmou por telefone ao ederluiz.com que já está se inteirando do processo que envolve o indígena Claudir da Silva, um dos réus, e que teve sua defesa delegada ao profissional. Todo o processo tem cerca de 4 mil páginas. Contra Claudir existe um mandado de prisão preventiva expedido há poucos dias. “Estive na justiça federal de Joaçaba tomando conhecimento do processo e deste mandado. Vamos estudar se é possível anular esta decisão, visto que ela foi solicitada por que ele estaria, em tese, em lugar incerto e não sabido”. Álvaro explica que a estrutura para o júri será a maior já vista em Joaçaba. “Além de todo o 3º andar do prédio de direito da Unoesc, teremos um grande número de profissionais atuando. Eu estarei na defesa com cerca de 4 procuradores da Funai( Fundação Nacional do Índio). Na acusação cerca de 5 a 8 procuradores federais”. O crime O Presidente do Sindicato Rural e da Cooperativa de Alimentos e Agropecuária Terra Viva, ambos de Abelardo Luz, Olices Stefani, foi assassinado por volta da 1h da madrugada do dia 16 de fevereiro de 2004, quando ia conferir a informação de que índios estariam invadindo uma área em disputa, próxima de onde ele plantava 120 hectares de soja. Porém, logo na saída do município, em uma rua que liga o centro de Aberlardo Luz ao bairro São João Maria, local mais conhecido como Toldo Embú, o sindicalista deparou-se com uma barreira de pessoas, quando alguém abriu fogo atingindo-o na cabeça. O veículo conduzido por Stefani desgovernou-se e tombou ao lado da estrada. Logo atrás do sindicalista, seguiam mais seis pessoas em duas caminhonetes, que foram feitas reféns pelos índios e liberadas no mesmo dia. Após a liberação dos reféns, o delegado Ademir Tadeu de Oliveira, atualmente delegado regional de Joaçaba, mas que na época atuava na comarca de Xanxerê, requereu à justiça um mandato de busca e apreensão para o “Bar do Juca”, localizado no perímetro do local onde se deu o conflito. As informações eram de que vários armamentos teriam sido escondidos pelos índios no interior do bar. O mandato foi deferido pela justiça, e cumprido na manhã seguinte pela Polícia Civil, Militar e Federal, tendo sido encontradas diversas armas de fogo e munições, inclusive revolveres e espingardas. Os réus respondem o processo em liberdade.

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