Criminosos se passam por advogados para tirar dinheiro de clientes no Oeste

Golpistas usam dados retirados da internet para cobrar por honorários.

, 621 visualizações
Criminosos se passam por advogados para tirar  dinheiro de clientes no Oeste

A Polícia Civil de Santa Catarina deflagrou há poucos dias uma operação para combater golpes aplicados por criminosos que se passam por advogados para tirar dinheiro de clientes. A ação realizada por meio da Delegacia de Polícia do Continente, com apoio da Polícia Civil do Ceará, cumpriu dois mandados de busca e apreensão em Maracanaú (CE)

Receba as notícias em seu celular! Entre em nossa comunidade no WhatsApp - Clique Aqui!

Advogados de Chapecó e Xaxim relataram ao Diário do Iguaçu ter passado por situações em que pessoas entraram em contato com clientes deles para pedir dinheiro de supostos custos processuais. Os criminosos usam até as fotos dos advogados em aplicativos de conversas.

Investigações: Polícia Civil cumpre mandados no Ceará

A Polícia Civil iniciou as investigações há cerca de dois meses, após golpistas se passarem por advogados, via Whatsapp, para enganar clientes de um escritório de advocacia localizado na região continental de Florianópolis.

Por meio de informações privilegiadas, os criminosos solicitavam pagamentos de custas processuais, via Pix, para a suposta liberação de valores decorrentes de ações judiciais em curso.

Até o momento, a operação da Polícia Civil identificou cinco vítimas em Santa Catarina, todas na região da Grande Florianópolis. Nenhuma delas teve prejuízo financeiro. O delegado Paulo Hakim, da Delegacia de Polícia do Continente, informou ao DI que as investigações continuam e novas vítimas podem ser identificadas em outras regiões do estado.

Durante o cumprimento da medida cautelar no Ceará, os agentes apreenderam grande quantidade de materiais que comprovam a relação dos suspeitos com o crime investigado. Os materiais servirão para instruir o inquérito em andamento e identificar outras vítimas do golpe.

Casos em Chapecó e Xaxim

Em março, o Diário do Iguaçu publicou uma reportagem sobre golpes via whatsapp na região. Na ocasião, a presidente da Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Chapecó, Maria Tereza Zandavalli Lima, relatou ao DI que criminosos estariam se passando por advogados na cidade para tirar dinheiro de clientes.

Segundo Maria Tereza, os casos começaram a ser registrados em 2022 na região de Chapecó. Como os dados de alguns processos são públicos, os criminosos encontram informações das vítimas na internet, como CPF, telefone e e-mail.

Os golpistas entram em contato com a vítima, afirmam ser do escritório de advocacia contratado e dizem que ela tem um dinheiro a receber de uma ação, mas que primeiro deve pagar supostos custos do processo que estão pendentes.

A presidente diz que sofreu o golpe no ano passado, quando conhecidos e clientes a alertaram sobre pessoas fazendo cobranças no nome dela.

A advogada Regina Vidi afirma ter sido vítima do mesmo golpe. Ela é sócia de Daniel Dala Cort em um escritório de advocacia em Xaxim e relata que os criminosos usaram perfis falsos com fotos deles para aplicar o golpe.

Segundo Regina, o caso ocorreu na última quarta-feira (12), quando ela foi surpreendida com ligações dos clientes pedindo se procedia a informação repassada pelos golpistas.

Para todos os clientes, foi enviada uma mensagem quase idêntica. O contato via whatsapp trazia informações de processos reais, incluindo nomes e CPFs dos envolvidos e o número do processo.

Os criminosos diziam que o cliente tinha um valor a receber e precisava pagar uma taxa entre R$ 1 mil e R$ 3 mil. Segundo Regina, alguns alvos eram clientes que até já tiveram os processos arquivados.

A advogada informou ao DI que registrou um Boletim de Ocorrência na Delegacia Virtual. O delegado da Polícia Civil de Xaxim, Cláudio Menezes, afirma que não viu o Boletim de Ocorrência e que as investigações estão sob responsabilidade da Polícia Civil do Continente.

O advogado chapecoense Ricardo Cavalli, conselheiro estadual da OAB, também foi vítima do golpe. No caso dele, os criminosos encontraram informações sobre clientes que tinham de fato valores a receber de processos.

Os golpistas, também utilizando fotos do advogado no perfil da rede social, entraram em contato com clientes dele dizendo que, para receber o valor, eles deveriam quitar os custos finais da ação judicial.

Segundo o conselheiro, os clientes dele não chegaram a transferir o dinheiro, por isso o Boletim de Ocorrência não foi registrado

Fonte:

Diário do Iguaçu

Notícias relacionadas