Ex-deputado é preso por suspeita de estupro
Ex-deputado é preso por suspeita de estupro
A adolescente que acusa o ex-deputado federal Nelson Goetten de ter abusado sexualmente dela por duas vezes, contou à polícia que, na primeira vez, foi embriagada. De acordo com a polícia, um lanche com a prima Cristiane Alves, que também foi presa nesta segunda-feira, foi o ponto de partida para a menina, então com 14 anos, encontrar o deputado, em novembro de 2009, em Itapema.
A garota passava uns dias na casa de Cristiane com a mãe. Segundo depoimento da mãe da vítima, a prima conseguiu convencê-la a deixar a filha sair com ela para um passeio. No mesmo dia, as primas teriam encontrado Goetten e outras três adolescentes em um show de música sertaneja. De lá, o grupo seguiu para uma boate e terminou a noite no apartamento do ex-deputado no condomínio Splendour, no Centro de Itapema, no Litoral Norte. Meses depois, quando a investigação estava em andamento, a vítima disse à polícia que os dois adultos a teriam feito ingerir bebida alcoólica. Ela diz só se lembrar de acordar suja de sangue com Goetten e Cristiane nus ao seu lado, rindo. Um segundo abuso teria acontecido em Rio do Sul, no Alto Vale, em junho de 2010. Cristiane também estava morando na cidade nessa época e a vítima cuidava dos filhos da prima. Cristiane teria combinado com Nelson Goetten, que foi até a cidade e buscou a menina. De acordo com depoimento da adolescente à polícia, ele a levou até um motel na cidade, onde a amarrou em uma cadeira e a estuprou. Depois disso, deixou a garota de volta em casa e deu a ela cerca de R$ 150 para serem entregues a Cristiane. Quando a jovem voltou, segundo a polícia, a prima pegou a quantia e ainda a revistou para ver se ela não escondia mais dinheiro. Menina calou-se por medo de ameaças O caso só foi descoberto meses depois. Cristiane também estaria se relacionando com o ex-deputado e o marido dela descobriu. Ele então contou o que sabia a um tio da adolescente. Esse tio, por sua vez, contou aos pais da garota que registraram o caso na delegacia. Dois inquéritos foram abertos, um em Rio do Sul e outro em Itapema. Mas como na época dos crimes Nelson Goetten ainda era deputado, as delegacias encaminharam o caso à Deic. A vítima contou à polícia que era constantemente ameaçada para não contar o que houve. Por duas vezes ela teria tentado se enforcar no banheiro, mas foi impedida pela mãe e uma prima. Ao saber que a família da jovem estava disposta a denunciá-lo, Goetten teria oferecido dinheiro para que eles não registrassem boletim de ocorrência do caso. Após o registro, ele voltou a oferecer dinheiro aos pais da menina para que retirassem a queixa sob o pretexto de que ele era importante, não poderia ser exposto. A investigação deste caso pela Deic levou, também, a Gilberto Orsi. O popular Beto, que é professor de fanfarra e costuma promover concursos de bandas escolares, seria o responsável por aliciar meninas para participar de festas no apartamento de Goettten. Com base em escutas telefônicas, a polícia teve a confirmação de que pelo menos três adolescentes teriam sido levadas para orgias no mesmo local.