Ex-integrante da banda Polegar é o novo delegado do DPCAMI de Videira
Denis Alves atuou na banda entre 1994 a 1998, na segunda formação. Formado Direito, atuou como advogado e passou em concurso.
O delegado natural de São Paulo, Denis Alves assumiu o cargo a Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (DPCAMI) de Videira. Ele fica como titular da delegacia no lugar do delegado substituto Felipe Orsi, que, por sua vez, foi destinado para a Delegacia da COMARCA de Videira, no lugar de John Endy Lamb – que passa a atuar em Fraiburgo.
O delegado, conhecido por ter sido integrante da banda Polegar, que fez sucesso nos anos 80 e 90 e foi agenciada por Gugu Liberato, está há quase uma década em Santa Catarina atuando como delegado. Denis pontua que, em Concórdia – aonde ficou por três anos, o maior número de ocorrências registradas trata sobre Maria da Penha (agressão à mulher). Embora esteja há apenas dois dias em Videira, Denis acredita que as características da região não devam ser muito diferentes.
O paulista e, autointitulado servidor público, espera que a comunidade possa se sentir a vontade para procurar a delegacia. Denis ressalta ainda que a DPCAMI está de portas abertas para receber a comunidade videirense.
Denis pontua que a música atualmente é um hobby. Ele entrou na segunda formação da banda, quando tinha 16 anos, e ficou até completar 21. Depois da fama, o contrabaixista e vocalista se formou em Direito e antes de prestar concurso para a Polícia Civil ainda atuou como advogado e como oficial da Marinha. No início de março de 2014, ele assumiu como delegado em Concórdia, no Oeste catarinense, e logo a história do ex-polegar se tornou assunto na cidade.
O sucesso da banda e a carreira como delegado
Segundo o delegado, na época a banda chegava a fazer cinco shows por semana. O sucesso durou até 1999, quando ele já cursava Direito. Foi quando percebeu que ouvir a mãe foi uma ótima ideia. "Ela dizia: filho, pode tocar, pode fazer parte da banda, mas vai estudar também", conta. Alguns anos depois, os shows começaram a diminuir e a venda de discos caiu. "Os garotos começaram a se formar, casar, ter família. Precisavam de uma renda fixa, porque as contas não esperam. Foi um processo natural, até que um dia a banda acabou", lembra ele, feliz por ter ouvido o conselho da mãe.
De acordo com Denis, o irmão, Alan, se formou em medicina. Alex seguiu a carreira musical e montou um estúdio e Ricardo abriu um restaurante. Marcelo, com quem ele mantém mais contato além do irmão, também é advogado.
Ele conta ainda que sempre que podia escolhia Santa Catarina para passar as férias, principalmente, Florianópolis e Balneário Camboriú. Foi assim que escolheu em qual estado iria prestar o concurso. "Depois que passei no exame da OAB, advoguei um ano em Salvador, com meu pai. Depois, prestei um concurso para oficial da Marinha, como assessor jurídico. Fiquei quatro no Rio de Janeiro e dois em São Paulo. Porém, quando teria que voltar para o Rio de Janeiro, decidi juntar o últil ao agradável: sou apaixonado por Direito Penal e por Santa Catarina", disse, justificando a escolha da profissão e do local. Além disso, após passar quase toda a vida em São Paulo, optei por morar em uma cidade menor.
No estado, passou pelas comarcas de Rio do Campo, Presidente Getúlio, Rio do Oeste. Quando estava em Concórdia, onde assumiu a Delegacia de Proteção à Mulher, Criança e Idoso Denis disse: "É a primeira vez que atuo em uma delegacia especializada. Nas outras cidades, que tinham no máximo 15 mil habitantes, eu era o único delegado da cidade, então atuava com todos os tipos de crimes. Vi nessa oportunidade um jeito de ter mais contato com o público, de me sentir útil para ajudar, conversar e resolver problemas diferentes dos quais estava acostumado", disse.
Da fama, restaram alguns fãs, que sempre aparecem. "De vez em quando surge alguém na delegacia para registrar um boletim de ocorrência e diz: 'ei, eu te conheço de algum lugar'. Às vezes, acham que me viram na cidade. Outros já dizem: você não era do Menudo? Do Dominó? Fazia aquela dancinha? Confundem as bandas. Só rio e digo: 'Não, eu era do Polegar, mas a gente não fazia dancinha", conta.
Da banda, restaram os amigos. "Tenho mais contato com o Marcelo e com o meu irmão. Mas já fizemos reencontros. Um é padrinho do filho do outro, é amigo. Só eu não sou casado, mas cada um tem a sua vida e, sempre que possível, mantemos contato".
Da música, restou o violão e os encontros com amigos, onde canta por diversão. Porém, não hesita em dizer que, se pudesse, voltaria a cantar com o Polegar. "Costumo falar, música está na veia. Mas o Alan não pode largar o plantão. Eu não posso dizer: estou indo fazer shows, volto daqui a dois meses. Mas se tivesse uma máquina do tempo, voltaria para aquela época. Mas, nunca digo nunca. Quem sabe um dia, quando me aposentar. Quem sabe o Polegar não volta?", sonha ele.