Governo do Estado e Fecam definem toque de recolher
Medida é em função do aumento de casos de coronavírus.
Após se reunir com representantes da Federação Catarinense de Municípios (Fecam), o governador Carlos Moisés decidiu nesta quarta-feira, 2, adotar novas medidas restritivas para enfrentamento da pandemia de Covid-19 em Santa Catarina. Em comum acordo com os prefeitos das 21 maiores cidades do Estado, optou-se pela implementação de um toque de recolher durante a madrugada e pela manutenção do transporte coletivo, desde que seja respeitada uma ocupação máxima de 70% da capacidade dos ônibus. As medidas valerão para todo o Estado por um período de 15 dias a partir edição do decreto, que deverá ser publicado em até 48 horas.
Também será tornado obrigatório o uso da máscara em todos os ambientes, com exceção dos espaços domiciliares. Segundo o governador, as medidas têm o objetivo de frear o avanço da doença ao mesmo em que mantêm as atividades econômicas do Estado em funcionamento. Medidas semelhantes foram adotadas nos estados do Paraná e doRio Grande do Sul. Em relação ao comércio, prefeitos e Governo do Estado deliberaram pela possibilidade de ampliação dos horários de atendimento no fim de ano, para não promover aglomerações.
Na parte da noite, os estabelecimentos deverão fechar as portas até as 23h, com a possibilidade de atender os clientes que já se encontrarem no recinto até meia-noite.
“Essas medidas têm a intenção de mostrar para a sociedade que estamos em um momento de agravamento do risco. Tomamos a decisão com base em um amplo diálogo com os prefeitos. Tivemos uma reunião extremamente produtiva e definimos ações conjuntas, que valem para todo o Estado e pretendem frear o avanço da doença”, afirmou o governador.
Também participaram da reunião os secretários estaduais da Saúde, André Motta Ribeiro, da Administração, Jorge Eduardo Tasca, da Fazenda, Paulo Eli, o chefe da Casa Civil, Eron Giordani, além de representantes do Conselho dos Secretários Municipais da Saúde (Cosems) e do Ministério da Saúde.
Durante o encontro, realizado de forma virtual, os prefeitos destacaram a necessidade de uma ação conjunta a nível estadual. Eles lembraram a alta taxa de contágio no momento e dos mais de 30 mil casos ativos no Estado. As autoridades destacaram que as medidas se fazem necessárias diante da pressão sobre o sistema hospitalar.
15 regiões em estado gravíssimo
Também nesta quarta-feira, o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Saúde, divulgou a nova classificação da Matriz de Risco, que coloca 15 das 16 regiões de saúde em alerta gravíssimo. Apenas o Extremo Oeste segue em nível grave. Em relação à última semana, subiram de nível as regiões do Alto Uruguai e Foz do Rio Itajaí. A taxa de transmissibilidade apresenta-se como gravíssima em 14 regiões.
Ainda de acordo com a Matriz, apenas as regiões do Planalto Norte e Extremos Oeste não tiveram um aumento no número de óbitos. No índice de capacidade de atenção, que mede a taxa de ocupação de UTIs, vale destacar a elevação da região da Foz do Rio Itajaí, que na última semana estava como moderado (cor azul) e agora encontra-se no nível gravíssimo (cor vermelha).
Reuniões de alinhamento
O Governo do Estado vem realizando uma série de reuniões para fortalecer as ações de combate à pandemia junto aos municípios. A Política Hospitalar Catarinense (PHC) foi prorrogada - em teto máximo - por mais 10 meses.
Desde o dia 24 de novembro, data de divulgação da última matriz, Santa Catarina registrou 46.545 novos casos e 325 óbitos causados pela Covid-19.