Cultura em Cena: Grupo Teatral Reminiscências e a Arte de fazer rir

Na coluna de hoje o produtor cultural Omar Dimbarre fala sobre o trabalho do Grupo.

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Fotos: Luana Callai e Rudolfo Auffinger.
Fotos: Luana Callai e Rudolfo Auffinger.

A arte mais nobre é fazer os outros felizes (Peter Barnum-empresário do ramo do entretenimento nos E.U.A.)

Fazer rir é uma arte milenar. Há registros de figuras semelhantes aos palhaços datados de 2.500 A.C., no Egito antigo. Também são encontradas referências em Roma, Grécia, China e em civilizações americanas, como a dos astecas. 

O ser humano já tem conhecimento de que “Rir é o melhor remédio” há muito tempo. Um dos ditados populares mais conhecidos e difundidos, tem respaldo científico. Rir libera endorfina, que estimula a sensação de bem-estar, de satisfação e de felicidade, combatendo a depressão, o estresse e a tensão, que são prejudicais ao coração. Protege contra ataques cardíacos e acidentes vasculares cerebrais. Rir é preservar a vida.

Palhaços espalham risos pelo caminho. Por onde passam, celebram a vida, contagiam e divertem os pequenos com sua alegria e irreverência, e reviram a alma dos adultos, buscando resgatar aquela criança que permanece sempre viva, escondida dentro de cada um, só esperando o momento certo para emergir.

O Grupo Teatral Reminiscências está há 7 anos se especializando na arte da palhaçaria. Apesar de longe dos grandes centros, busca por qualidade e rigor técnico na pesquisa em palhaçaria.  

Fotos: Luana Callai e Rudolfo Auffinger.
Fotos: Luana Callai e Rudolfo Auffinger.

E neste tempo buscando aperfeiçoamento na palhaçaria, vários cursos de capacitação com os principais nomes do país, foram realizados, destacando-se os seguintes profissionais: 

- Ricardo Pucetti, considerado um maiores palhaços e pesquisadores dessa linguagem no Brasil.  

- Silvia Leblon, paulista, palhaça, atriz, diretora e uma importante formadora dentro da palhaçaria brasileira. 

- Andréa Macera, paulistana, que há mais de 20 anos dá vida a palhaça Mafalda Mafalda, sendo a coordenadora da primeira a até então única escola de palhaças do Brasil. 

- Karla Conká, carioca, palhaça, atriz e diretora. É fundadora do grupo As Marias da Graça, primeiro grupo de mulheres palhaças do Brasil. 

- Traço Cia. De Teatro, de Florianópolis, utiliza a Palhaçaria como recurso pedagógico na formação, treinamento e criação.

Ao mergulhar neste mundo da palhaçaria, cada um dos três componentes, Fábio Luiz Libardi, Ingrid Alfonso Lucas, e João Tomaz Santos, precisou cavar fundo dentro de si, buscar em seus próprios traços, ampliar suas características particulares e individuais, gargalhar de si mesmo, para enfim, dar vida a sua figura palhacesca. 

Dentro deste processo todo, foi necessário cada um desenvolver a sua lógica de funcionamento, que é algo que todo mundo possui; o atrapalhado, o avoado, o estressado, o catedrático, o preguiçoso, o desastrado. Foi assim que nasceu Garcez, Elça e Deixavim.

O palhaço não é um personagem imaginado e criado com características distintas de seu criador. Ser palhaço é um processo de aceitação. É a personalidade do ator ampliada que vai provocar o riso na plateia.

Fazer rir é uma atividade que requer muito ensaio, muita dedicação e muitos anos de preparo.   

Dentro deste tempo todo de aceitação e treinamento, o grupo vem fazendo exercícios que são as saídas do Garcez, da Elça e do Deixavim, para locais públicos.

Em uma destas saídas, visitaram alguns espaços urbanos e do Interior de Joaçaba, acompanhados do cineasta e produtor audiovisual Rudolfo Auffinger, registrando o município a partir da perspectiva do olhar da palhaçaria.  

Foram percorridos locais conhecidos pela população, mas também alguns lugares pouco visitados, com o intuito de visualizar Joaçaba sob uma perspectiva diversa.

O projeto conta com a trilha sonora do músico Patrick Pedroso e a participação especial de Gilmara Bizinela a palhaça Terressa, e foi contemplado no edital de chamamento para Lei Aldir Blanc 2021/ Joaçaba.

O resultado deste experimento você pode acompanhar no canal do Youtube e nas redes sociais do Grupo teatral Reminiscências, neste dia 25 de março, as 19:00 horas.

“O Grupo Teatral Reminiscências formou-se na cidade de Joaçaba\SC no ano de 2011 e é composto por atores oriundos do Rio Grande do Sul e Paraná que na procura de formação e aperfeiçoamento teatral uniram-se em solo catarinense. Durante seus anos de existência tem atuado como polo difusor de arte na região Oeste catarinense. Dedica-se à montagens teatrais para todos os públicos e, ao longo de sua trajetória montou dez espetáculos. 

O grupo desenvolve trabalhos com arte-educação, com oficinas para jovens em vulnerabilidade social e na formação de professores. Em suas experimentações cênicas a narrativa e o trabalho corpóreo do ator permeiam o processo de criação do grupo, que pesquisa também a linguagem da palhaçaria.

Fotos: Luana Callai e Rudolfo Auffinger.
Fotos: Luana Callai e Rudolfo Auffinger.

Na sua trajetória são diversas oficinas de formações que o grupo participou e ou produziu, acreditando que o aperfeiçoamento do fazer artístico é constante, além de realizar parcerias com entidades de diferentes setores da comunidade como educação, saúde e assistência social. Além disso, o grupo gere em conjunto com o Grupo teatral Eu & Tu e o Grupo Tejo, o TEJO espaço cultural em Joaçaba.”

As fotografias utilizadas para ilustrar esta matéria foram batidas pela fotógrafa Luana Callai e pelo fotógrafo Rudolfo Auffinger.

Para conhecer mais sobre o Grupo Teatral Reminiscências, acesse sua página no Instagram @reminiscenciasteatro

Cultura em cena é uma coluna escrita pelo produtor cultural Omar Dimbarre, para destacar o que se faz no meio cultural da região.

Fonte:

Omar Dimbarre

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