Homem é condenado a 101 anos de prisão pelo assassinato de três irmãs
Crime chocou o município de Cunha Porã há dois anos e júri popular do autor dos assassinatos foi realizado nesta terça-feira.
Exatamente dois anos depois do crime, o homem acusado pela morte de três irmãs no município de Cunha Porã foi condenado a 101 anos de prisão em júri popular realizado ao longo desta terça-feira, dia 26, no próprio município. Jackson Felipe Lahr responde pelos assassinatos cometidos no dia 27 de fevereiro de 2017.
Os jurados aceitaram todas as qualificadoras apresentadas pela denúncia: motivo fútil, recurso que dificultou a defesa das vítimas e meio cruel. O crime foi tratado como feminicídio, o que aumentou a pena. Todas as teses da defesa foram desconsideradas pelos jurados.
Além da pena pelo triplo feminicídio, em regime fechado, o réu foi condenado a pagar uma indenização de R$ 600 mil às famílias das vítimas, tendo os bens já bloqueados pela Justiça.
Jackson já estava preso na Unidade Prisional de Maravilha desde a época dos assassinatos, o crime ocorreu na Linha Sabiazinho, interior de Cunha Porã. De acordo com as investigações, o homem arrombou a porta da casa onde a família estava reunida. Com 19 facadas, assassinou a ex-cunhada Juliane Horbach, de 23 anos, que seria contrária ao relacionamento dele com a irmã Rafaela Horbach, de 15, também morta a facadas. Fabiane Horbach, de apenas 12 anos, ainda estava na casa e foi assassinada com sete golpes de faca.
O marido de Juliane, Gilvane Meyer, ainda teve 17 perfurações, incluindo pulmões e estômago. Ele fingiu a própria morte e conseguiu pedir ajuda a um vizinho após Jackson deixar a residência. Também segundo as investigações, o acusado não concordava com o fim do relacionamento que manteve por 11 meses com Rafaela, com quem teve um filho.
A juíza Janaína Linsmeyer Berbigier presidiu o júri popular. O Ministério Público teve os promotores Juliana Andréia Bertoldo e Gustavo Teixeira na acusação. A defesa de Jackson foi feita pelos advogados Adilson Luiz Raimondi e Heronflin Angelo Dallalibera, que chegaram a alegar insanidade mental do réu, mas o pedido foi negado pela corte.
Sessão lotada
Em razão do espaço físico e da segurança de todos os envolvidos, o acesso ao público foi limitado pela organização da comarca. Mesmo assim, todos os 100 lugares foram ocupados, além de pessoas no lado de fora da sessão.
A segurança no local foi reforçada com 18 policiais cedidos pelo Ministério Público, Núcleo de Inteligência e Segurança Institucional do Tribunal de Justiça, Polícia Militar e Departamento de Administração Prisional.