MP denuncia autor de ataque a creche em Saudades

Jovem de 18 anos vai responder por cinco homicídios consumados e 14 tentados.

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Foto: Corpo de Bombeiros/ Divulgação
Foto: Corpo de Bombeiros/ Divulgação

O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) denunciou o jovem de 18 anos que matou três crianças de 1 ano e duas funcionárias de uma creche em Saudades, no Oeste catarinense, em 4 de maio. O anúncio foi feito à imprensa nesta sexta-feira (21).

O autor do crime foi denunciado por cinco homicídios consumados e 14 tentados com três qualificadoras: motivo torpe, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa das vítimas.

Segundo o MPSC, havia 40 pessoas na creche quando o jovem cometeu o crime. Desse total, 19 eram crianças e 21, profissionais como professoras, educadoras e merendeiras.

Do total de 40 pessoas, 19 "tiveram de alguma forma a sua vida colocada em risco", conforme o promotor de Justiça, Douglas Dellazari, e por isso o MPSC denunciou o autor também por tentativas de homicídio. Dessas 19 pessoas, oito eram adultos e 11, crianças.

A denúncia foi enviada ao Poder Judiciário nesta sexta. Outro promotor de Justiça, Julio André Locatelli, disse que com a quebra de sigilo de dados, foi possível investigar o notebook do autor.

"Foi possível verificar e confirmar que esse planejamento já perdurava em torno de 10 meses", disse Locatelli.

Durante a investigação, o MPSC encontrou elementos de pessoas suspeitas de outros lugares do país. "Foram feitos os devidos encaminhamentos para as Polícias Civis dos outros estados e para a Polícia Federal para serem apurados eventuais crimes e até para se evitar uma nova tragédia", disse o promotor Dellazari. Não foram dados mais detalhes para não atrapalhar as investigações.

O MP acredita que o autor tinha total controle e lucidez sobre os atos. "Tanto que planejou e idealizou. Não há dúvida razoável, para que se coloque em xeque a sanidade mental do acusado. Não há justificativa para o ato que ele cometeu. Não há elementos, o que denota que ele era perfeitamente são", afirmou o promotor.

Assim como a Polícia Civil, o MPSC afirmou que o autor agiu sozinho e não falou para ninguém, nem mesmo na internet, que cometeria o crime. Os promotores também disseram, assim como o inquérito policial, que o jovem queria matar o máximo de pessoas possível.

Conclusão do inquérito policial

Ainda na semana do ataque, o jovem foi indiciado pela Polícia Civil por cinco homicídios triplamente qualificados e uma tentativa de homicídio.

A Polícia Civil concluiu o inquérito sobre o ataque e confirmou na sexta-feira (14) passada que o jovem agiu sozinho e "tinha pressa", pois queria "matar o máximo de pessoas". Segundo o delegado Jerônimo Marçal Ferreira, ele planejava as mortes há meses.

"Ele falou estar arrependido, mas eu não consegui aferir se era um arrependimento genuíno ou não", disse o delegado.

Ainda segundo a Polícia Civil, o suspeito chegou a ir trabalhar no dia do ataque e no intervalo do serviço, esteve em casa e depois foi para a creche.

Durante as diligências, a polícia descobriu que o jovem, inicialmente, tinha intenção de matar pessoas de seu convívio familiar, mas como não conseguiu adquirir arma de fogo, escolheu a creche pela "fragilidade das vítimas", de quatro a cinco dias antes do ataque.

Aulas na creche voltam na segunda (24)

As aulas na creche onde aconteceu o ataque serão retomadas na segunda-feira (24), informou ao G1 nesta sexta-feira (21) a secretária municipal de educação, Gisela Hermann. O local passou por reforma e as obras estão sendo finalizadas com apoio de moradores que atuaram como voluntários.

A secretária confirmou o retorno das aulas presenciais na unidade, porém até as 16h não deu detalhes sobre quantas crianças confirmaram o retorno ao ambiente escolar.

Foto: Fernanda Moro/NSC TV
Foto: Fernanda Moro/NSC TV

O local passou por uma nova pintura, além de limpeza e reestruturação de alguns espaços, onde são atendidas 74 crianças nos turnos matutino e vespertino. Voluntários ajudaram na reforma acreditam de que tudo estará pronto na segunda.

As aulas presenciais haviam sido suspensas na cidade após o ataque. Até então, município ainda não tinha uma data definida para o retorno das atividades na creche Aquarela e para a finalização das obras.

Fonte:

G1 SC

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