A Polícia Civil de Santa Catarina, por meio da Divisão de Investigação Criminal (DIC/Fron) de Chapecó, com o apoio do Núcleo de Inteligência da Delegacia Regional de Polícia, concluiu um inquérito policial instaurado para apurar suspeitas de irregularidades na atuação de uma ex-funcionária terceirizada da Ciretran, entre os anos de 2017 e 2018, e em dois despachantes de Chapecó.

A investigação apurou que a então funcionária teria praticado atos ilícitos consistentes na aprovação irregular de auditorias, agilização de processos administrativos, usurpação de funções alheias, advocacia administrativa e exclusão indevida de dados no sistema do órgão de trânsito, além de outras irregularidades. Em troca, teria recebido vantagens oferecidas pelos despachantes em dinheiro e outros bens.

A Polícia Civil também descobriu que em um dos despachantes estariam ocorrendo outras irregularidades como falsificação de documentos, acessos indevidos a módulos restritos do sistema DETRANNET, divulgação a terceiros de dados particulares contidos neste mesmo sistema, como licenciamento de veículo de outro Estado em Santa Catarina, visando a evasão de tributo e anuência para liberação indevida de veículo vistoriado com sinais identificadores adulterados. Neste último caso, um funcionário da empresa de vistoria também foi indicado como autor do ilícito. Quatro particulares beneficiados também foram identificados.

Testemunhas ouvidas relataram a ocorrência das irregularidades, o que foi confirmado por registros de videomonitoramento, documentos e demais elementos probatórios colhidos. De acordo com o Delegado de Polícia Luiz Schaefer Junior, da DIC de Chapecó, a funcionária em questão já não integra os quadros da Ciretran de Chapecó. O inquérito foi remetido ao Judiciário. Os atos ilícitos atribuídos aos despachantes e a vistoriadora credenciados também serão comunicados ao Detran para a aplicação de possíveis sanções administrativas.