Professores Protestam

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Paula Patussi - Diário Do Vale

Na tarde desta sexta-feira (27), o comando de greve, reunido com mais de 200 professores, entregou documentos na prefeitura de Joaçaba, pedindo apoio ao poder executivo local. Os professores entregaram o mesmo documento na Secretaria de Desenvolvimento Regional (SDR), quando houve a queima simbólica dos diplomas, representando a proposta realizada pelo governado do estado de reajuste somente dos salários dos profissionais em início de carreira. O ato serve para forçar o governo na reabertura das negociações. A greve dos professores iniciou no dia 18 de maio e tem como principal reivindicação o cumprimento da lei do piso nacional do magistério. Com a implantação do piso determinado pelo MEC, professores iniciantes com magistério de nível de 2º grau passariam a receber R$ 1.187,97 sendo que, atualmente, recebem R$ 609,46. Para os que possuem licenciatura plena o salário passaria de R$ 993,20 para R$ 1.935,99. O governo do estado fez a proposta de reajustar o salário de todos os professores em R$ 1.187,97, porém, este benefício seria alcançado apenas pelos professores em início de carreira. As palavras dos professores na manifestação foram de que o piso é lei e que é preciso que se respeite a carreira dos mesmos. Caminhando em protesto ao som que diz: “É greve, é greve, até o Colombo pagar o que nos deve”. E ainda: “Professor na rua, governo a culpa é tua”. O deputado federal Pedro Uczai (PT/SC) esteve acompanhando o ato que o governo está equivocado oferecendo salários tão baixos. “Existe uma lei para o cumprimento do piso salarial. Estão fazendo o professor de idiota. Tanto que a diferença de salário de um doutor para um professor de ensino médio é de apenas 25%”, diz. “Sou educador, há cerca de 20 anos. E é uma das primeiras vezes que vejo pais e alunos apoiando uma melhor remuneração dos professores”. Números Conforme a coordenadora regional do Sinte/Joaçaba, Lurdes Persch nos 13 municípios que o Sinte de Joaçaba abrange, cerca de 30 escolas estão paralisadas. “Já o número de professores que aderiram passa dos 95%”, diz. “Em cinco meses o governo acapu com uma conquista de 20 anos”. “Nós, professores não estamos mais em greve, estamos em guerra”, salienta. “Não houve negociação com o governo, e sim a proposta de um achatamento salarial. Acabaram com a nossa tabela de vencimentos, e os cargos de carreira acabaram”. Segundo ela quem vai receber o reajuste, é o professor em início de carreira, que possui apenas o 2º grau. “E nós professores graduados, com faculdade e pós-graduação, não receberemos mais um real de reajuste. Isso mostra o desinteresse do governo. E o pior de que adianta a gente se dedicar buscando especialização para trabalhar com magistério?”. O Sinte de Joaçaba divulgou aos professores, que o governo do estado encaminhou o orçamento para a Assembleia Legislativa com a dotação orçamentária para o exercício de 2011 com uma previsão de mais de R$ 15 bilhões. De acordo com o Sistema Integrado de Planejamento e Gestão Fiscal (SIGEF/SC) em relatório emitido em 24 de maio de 2011, às 16:03, a previsão orçamentária foi atualizada para R$ 16.011.507.782,88 bilhões. Em apenas cinco meses a previsão de receita do Governo cresceu R$ 1 bilhão. Com a economia desse valor anunciada em janeiro, mais o excesso de arrecadação no valor de também R$ 1 bilhão, o Governo do Estado teria R$ 2 bilhões para implantação do Piso Nacional do Magistério, sem achatamento da tabela. Paralisação Sete estados da federação estão em greve. Em Santa Catarina a greve chega hoje ao novo dia, à adesão é de quase 90% - 35,6 mil dos 39 mil professores da rede, segundo o sindicato da categoria. Cerca de 600 mil alunos estão sem aulas. Os professores são contra a Medida Provisória porque ela não acompanharia o progresso de carreira. O governo se recusa a negociar, e os grevistas querem que os deputados rejeitem a MP. Para o Sinte, a Medida Provisória do governo representa um retrocesso porque acaba com todas as formas de progressão da carreira. “Essa MP da forma que está é inaceitável porque acaba com o estímulo do professor”, diz Lurdes. A MP tem 60 dias para ser apreciada. Se aprovada, faz-se um PCL (Projeto de Conversão em Lei). Se for rejeitada, então é feito um decreto legislativo convalidando o prazo em que ela esteve em vigor. “Queremos voltar para as salas de aulas, e repor as aulas perdidas, porém precisamos de dignidade de trabalho”, enfatiza Lurdes. “Estamos pedindo apoio as lideranças, para que nos ajude pedindo aos deputados que não vote este “golpe”, de medida provisória contra o professor. E acabar com nosso plano de carreira”. “Cremamos nossos diplomas, certificados de especialização, e enviaremos as cinzas para a Assembléia Legislativa”, salienta Lurdes. “Não podemos voltar para as salas de aulas sem garantia, já que temos um plano de carreira conquistado com muita luta”.

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