Quase 90% dos municípios catarinenses registram faltas de vacinas, aponta pesquisa

Dois imunizantes que fazem parte do calendário vacinal de imunização estão em falta no Estado.

, 213 visualizações
Foto: Rovena Rosa, Agência Brasil
Foto: Rovena Rosa, Agência Brasil

Dados levantados pela Confederação Nacional de Municípios mostram que 199 de 230 cidades catarinenses relataram falta de algum imunizante, o maior índice do país. Santa Catarina tem recebido um número menor de doses de vacina contra a varicela nos últimos meses, e o desabastecimento traz impacto na cobertura vacinal, que enfrenta desafios.

📱FIQUE POR DENTRO DAS NOTÍCIAS EM TEMPO REAL:

Mensalmente, o Ministério da Saúde faz envios de remessas de vacinas que fazem parte do calendário de imunização. A quantidade de imunizantes que será destinada para cada Estado é pré-determinada a partir da demanda da população.

Desde julho de 2023, Santa Catarina não recebe uma remessa completa de doses da varicela, que protege contra a catapora. Assim, o Estado passou a utilizar a vacina tetraviral, que além da catapora protege contra o sarampo, rubéola e caxumba, como substituta, o que também provocou falta dessa vacina nos postos de saúde.

Dessa forma, a varicela e a tetraviral são atualmente as duas vacinas que mais faltam nas salas de imunização do Estado. O impacto é uma cobertura vacinal abaixo do recomendado, sendo que a da varicela atinge atualmente o patamar de 72,5% em Santa Catarina.

— Infelizmente, a grande maioria de municípios aqui do Estado tem tido desabastecimento da vacina tetraviral e varicela. Neste ano de 2024, nós tivemos uma dificuldade da manutenção do encaminhamento do quantitativo necessário pelo Ministério da Saúde por conta de dificuldades na aquisição desses insumos. E com isso, a gente tem então esse desabastecimento que está sendo recuperado, mas ainda não conseguimos a totalidade — explica Fábio Gaudenzi, superintendente em Vigilância em Saúde de Santa Catarina.

Pesquisa mostra que falta de vacinas é problema geral

O Ministério da Saúde afirmou em nota que “entre 2023 e 2024 enviou 20 milhões de doses de vacinas para Santa Catarina e que 100% das necessidades dos estados foram atendidas”. Mas admite que “no caso da vacina de varicela, houve escassez de matéria-prima mundialmente e que eventuais problemas pontuais serão resolvidos com os novos fornecedores”.

Uma pesquisa feita pela Confederação Nacional de Municípios em dezembro de 2024 mostrou que 199 de 230 cidades catarinenses que fizeram parte do levantamento relataram falta de algum imunizante. O número representa 87% dos municípios ouvidos, e é o maior do país.

A mesma pesquisa havia revelado em setembro que Santa Catarina era o Estado com mais cidades que indicavam falta de vacinas. Mesmo com a falta de imunizantes, a recomendação da Dive é que a população vá até as unidades de saúde para manter o calendário de vacinação em dia.

— A gente sempre lembra então a população que entre em contato com a unidade de saúde mais perto da sua residência, que busque sempre a vacina. Mesmo que tenha no primeiro momento uma negativa até que os estoques estejam sendo repostos, não esqueça, não deixe o calendário ficar atrasado, leve suas crianças para receber o imunobiológico assim que ele estiver disponível na unidade — reforça Fábio Gaudenzi.

Na capital, Florianópolis, há falta no momento da vacina tetraviral e da varicela. Ainda, a prefeitura informou que a vacina da Covid-19 para crianças também está com estoque crítico.

Segundo a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive/SC), uma nova remessa do imunizante contra a Covid-19 começou a ser distribuído nesta segunda-feira (6). Nos próximos dias, 36 mil doses irão abastecer os municípios catarinenses.


Fonte:

NSC

Notícias relacionadas