Quem era o dentista que foi morto e teve o dedo amputado em SC
Crime aconteceu em Fraiburgo, no Meio-Oeste.
Rafael Caranhato foi morto aos 24 anos, roubado e teve o dedo indicador amputado para saque de dinheiro em Fraiburgo, no Meio-Oeste de Santa Catarina. Ele foi encontrado no próprio apartamento, na manhã desta sexta-feira (16). O suspeito do crime também foi localizado, em Ibirama, Vale do Itajaí, onde foi preso.
Nas redes sociais, Caranhoto se mostrava um jovem com muitos amigos e que gostava de exibir a voz e as habilidades no violão. No Instagram, publicava vídeos de músicas, muitas delas requisitadas pelos seguidores. Uma de suas publicações chegou alcançar 17 mil visualizações. Pelos conhecidos, é lembrado como um "amigo que era super querido com todo mundo", como descrito por Ana Luisa Fernandes.
Rafael era natural de Maximiliano de Almeida, no Rio Grande do Sul, e atuava como cirurgião dentista em Fraiburgo. Ele se formou em Odontologia em janeiro de 2020, na Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões, em Erechim, RS.
A conta oficial do Curso de Liderança Juvenil da Paróquia São Sebastião publicou momentos da participação do dentista no grupo. Nas imagens, Rafael possui um violão na mão. "O mano Rafa que deixava todos alegres por onde passava: nos encontros, na salinha, na igreja, na escola e em meio à comunidade. Ele sempre estava ali, cantando e tocando com todo o coração, vivendo e se entregando à cada momento!", diz a legenda.
Entenda o crime
O corpo de Rafael Caranhato foi encontrado na manhã de sexta-feira (16) na própria casa, embaixo de cobertas, por colegas de trabalho de Rafael. Eles deram falta do profissional e, ao chegarem ao prédio, se depararam com o apartamento fechado e a garagem vazia. Uma guarnição da Polícia Militar foi chamada por volta das 10h da manhã.
— Ele nunca faltava ao serviço, o pessoal do serviço deu falta dele, foram na residência e estava chaveada, e o carro dele não estava na garagem. Entraram em contato com o síndico, e, quando entraram no apartamento, ele [vítima] estava coberto com umas cobertas, tinha sangue no chão, na parede — contou o sargento Izaías Lemos.
As polícias Civil e Científica conseguiram acesso às imagens de câmeras de monitoramento que mostram Rafael entrando no apartamento acompanhado de outro homem, por volta das 22h40. Horas antes, segundo testemunhas, os dois foram vistos em uma lanchonete próxima do edifício. O dentista teria saído do trabalho por volta das 20h.
Entre às 3h30 e 4h00 desta sexta-feira, o mesmo suspeito foi visto nas câmeras retirando do apartamento pertences de Rafael, como playstation, televisão, roupas e outros objetos. “Ocorreram vários acionamentos da iluminação nesse horário que ele estava puxando os pertences”, ressaltou Tarniovicz.
Já às 7h20, esse suspeito deixou o local no carro da vítima, um Fiat/Palio, assim que outros moradores abriram o portão da garagem, visto que ele não tinha o controle de acesso. Conforme a polícia, o homem teria aproveitado para fugir no momento em que um morador saída do prédio.
Prisão do suspeito
As informações mobilizaram as polícias da região. Já no fim da manhã, por volta das 11h45, a Polícia Militar obteve informações de que o carro teria passado pela cidade de Rio do Sul/SC, a cerca de 160 km de Fraiburgo. Às 12h30, o automóvel foi parado e o motorista, de 22 anos, preso no trevo de acesso ao município de Ibirama.
Ainda de acordo com Tarniovicz, o rapaz estava com o carro de Rafael e os pertences roubados. No veículo, os policiais encontraram ainda R$ 6 mil e o dedo indicador esquerdo da vítima que, segundo o suspeito, foi usado para fazer retiradas de dinheiro em caixas eletrônicos.
O homem ainda revelou que usou um canivete para cortar o dedo e tinha a intenção de realizar novos saques ao longo do dia. No carro também havia marcas de sangue, que serão periciadas pela Polícia Científica.
O suspeito já tem passagens pela polícia por ameaça, invasão de domicílio e outros crimes, inclusive, tinha um mandado de prisão em aberto. Ele nasceu em Fraiburgo, mas morava em Rio do Sul.
Motivação do crime
Wanderson da Silveira, delegado da Polícia Civil, informou à Rádio Fraiburgo que a motivação do crime está sendo investigada, no entanto, o caso é tratado como latrocínio — matar para roubar.
“A partir do momento que temos a informação do crime, vamos levantar todas as possibilidades, tentar refazer o trajeto que o autor dos fatos percorreu, até que consiga todos os elementos cabíveis para lhe responsabilizar”, disse. A causa da morte não foi informada pela polícia.