Setembro Amarelo: No Brasil, a cada dia, 38 pessoas tiram a própria vida

Durante todo o mês, diversas campanhas de conscientização são realizadas no mundo todo.

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© Tânia Rêgo/Agência Brasil
© Tânia Rêgo/Agência Brasil

O Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio é celebrado no dia 10 de setembro. E uma das principais campanhas anti-estigma é o Setembro Amarelo, que já começou. Neste ano, o lema da iniciativa para combater o olhar negativo em relação ao outro é “Se precisar, peça ajuda!”.

O suicídio é um problema de saúde pública, com impactos na sociedade como um todo. No Brasil, os registros se aproximam de 14 mil casos por ano, o que significa que, a cada dia, em média 38 pessoas tiram a própria vida. Na avaliação do psicólogo Héder Bello, especialista em Trauma e Urgências Subjetivas e doutorando em Psicologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, os transtornos mentais, como a depressão, são fatores de vulnerabilidade. Mas não são os únicos. 

“Existem outros fatores, como ser uma pessoa LGBT, estar em alguma precariedade financeira, econômica, social, estar numa situação como um refugiado político, estar passando por algum tipo de ameaça, abuso ou algum tipo de violência doméstica. Esses e outros fatores de vulnerabilidade contribuem para processos de ideação ou até de tentativa de suicídio.”

Falar sobre o suicídio, que ainda é visto como tabu, é importante para conscientizar a população, afirma o psicólogo.

“Campanhas como o Setembro Amarelo são campanhas em que a gente pode fazer um processo de concentração sobre o suicídio. Eu acredito que políticas públicas que possam, de alguma maneira, falar sobre esse assunto sem tabu são importantes e que instrumentos nas áreas de educação e saúde também podem ser amplamente divulgados. Justamente para que a gente possa mostrar que existem possibilidades e recursos mais múltiplos para lidar com determinadas situações, que são realmente muito estressantes e de muita vulnerabilidade.”

Ele ainda explica como abordar uma pessoa que pensa em tirar a própria vida.

“Não é questionar a pessoa por que ela fez aquilo ou então dizer para a pessoa que ela tem que valorizar a vidam mas ouvir essa pessoa atentamente, tentar entender o ponto de vista dela e tentar entender quais são os motivos que fizeram com que ela não conseguisse lidar de outras maneiras com a situação que ela está passando. Isso nem sempre é fácil e muitas vezes nem profissionais da área de saúde e de saúde mental têm um treinamento mais extenso para lidar com essa questão de ideação suicida ou com as tentativas de suicídio.”

No Brasil, o Centro de Valorização da Vida (CVV) é um serviço voluntário de apoio emocional e prevenção ao suicídio para quem precisa conversar. O atendimento é 24 horas pelo telefone 188.

Fonte:

Agência Brasil

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