Sinte reage após fala do governador e realiza ato público nesta terça
Sindicato diz que não gostou de "tons de ameaça" do governo.
Após a declaração do governador Jorginho Mello, pelas redes sociais, negando a descompactação da folha de pagamento — principal reivindicação dos professores nesta greve —, e anunciando desconto de salário para quem faltar no trabalho por conta das paralisações, o Sinte (Sindicato dos Trabalhadores em Educação) se manifestou.
“Em vez de apresentar uma proposta tão esperada pelo magistério catarinense, o governador veio com tons de ameaça e desinformação para a sociedade catarinense”, diz o coordenador do Sinte em Santa Catarina, Evandro Accadrolli.
José Sérgio Cristóvam, responsável pelo setor jurídico do sindicato, falou, em vídeo divulgado pelo Sinte, que “é importante afirmarmos que o tom de ameaça usado não tem fundamento. Isso por três motivos: a greve é um direito constitucional assegurado a todos os trabalhadores. É importante também ressaltar que em todas as greves do magistério, historicamente, sempre houve reposição dos dias paralisados e nunca houve confirmação dos cortes de salários dos servidores”, pontua.
Nesta terça-feira, quando a greve completa sete dias, o Sinte programou um ato considerado histórico em Florianópolis. “Estamos tentando negociar há mais de um ano e lamentamos a escolha do governo em não apresentar nenhuma proposta, além de usar o momento para desinformar a sociedade. Os trabalhadores e trabalhadoras da educação não merecem o tom de ameaça”, reforça o sindicato.
No domingo, o governador Jorginho Mello usou as redes sociais para se posicionar pela primeira vez a respeito da paralisação e anunciar medidas como desconto em folha dos dias de falta dos grevistas e contratação de professores temporários para salas de aula.
Jorginho disse que a descompactação da folha de pagamento é absolutamente inviável, já que custaria R$ 4,6 bilhões e violaria a Lei de Responsabilidade Fiscal.
O governador de Santa Catarina ainda afirma que a negociação sobre remuneração dos professores só será retomada assim que os professores em greve encerrem o movimento e voltem para as salas de aula.
Conforme o Sinte, 30% dos educadores estão em greve. Já o governador diz que o movimento está “com baixa adesão” e que cerca de 90% dos profissionais seguem em sala de aula.
Reivindicações
Sobre as reivindicações, o governador disse que já está sendo feita a revisão do desconto de 14% para aposentados, garantindo que recebam um valor maior todos os meses e ainda está sendo preparado um concurso público ainda para este ano para contratar 10 mil novos profissionais na educação. Além disso, falou que busca garantir que todos os professores tenham um horário remunerado fora da sala de aula para planejar conteúdos.