Virose é contagiosa? Veja perguntas e respostas sobre doença que acende alerta em cidades de SC

Médico infectologista responde o que é virose, causas, sintomas e explica qual a hora de procurar o hospital.

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Foto: Banco de imagem
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Cidades de Santa Catarina começaram 2025 registrando aumento no número de casos de doenças diarreicas, comuns no verão. Em Florianópolis, por exemplo, segundo a Secretaria de Estado da Saúde (SES), os registros das últimas semanas estão acima da série histórica, que considera uma média dos casos confirmados no mesmo período nos últimos cinco anos.

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Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde informou que os casos na capital catarinense são considerados de baixo risco e dificilmente evoluem para quadros mais graves, que necessitem internação, não ocasionando pressão deste tipo no sistema de saúde. O órgão diz que segue monitorando e alertando a população e profissionais de saúde sobre os cuidados com higiene, conservação de alimentos e bebidas e consumo de produtos em estabelecimentos credenciados e fiscalizados pela vigilância sanitária.

Já o Hospital Infantil Joana de Gusmão, de Florianópolis, identificou um pequeno aumento na procura por atendimento na emergência relacionado a doenças diarreicas nos últimos dias, informou a Diretoria de Vigilância Epidemiológica do Estado (Dive). “São casos leves, tratados com reidratação e de forma clínica. A emergência do hospital está atendendo normalmente, sem sobrecarga de pacientes, que são acolhidos e atendidos no serviço, mediante classificação de risco”, diz a nota.

Em Itapema, cidade do Litoral Norte catarinense, sete a cada 10 atendimento feitos nas unidades de saúde estão relacionados a doenças diarreicas, segundo a Secretaria de Saúde. Das 2.409 entradas feitas entre os dias 1° e 5 de janeiro, 1.670 estavam relacionadas aos casos de virose. 

Já em Itajaí, a secretária de Saúde do município, Mylene Lavado, informou que o município deve abrir uma central para atendimento de urgência e emergência para atender pacientes com sintomas de doenças diarreicas e também de doenças respiratórias (como gripe) e dengue.

Em Balneário Camboriú, o hospital da Unimed registrou um aumento de 50% no número de atendimentos de pacientes com sintomas de virose, como vômito e diarreia.

Considerando o aumento de casos de virose em Santa Catarina, o NSC Total conversou com o médico infectologista Tarcisio Crocomo, professor da faculdade de Medicina da Univille, para tirar as principais dúvidas sobre a doença.

O que é a virose? 

Doenças diarreicas agudas (DDA), ou doenças infecciosas gastrointestinais, popularmente conhecidas como “virose”, é uma infecção causada por algum tipo de vírus, explica o infectologista. 

— Ou seja, a virose é causada por microorganismo em partículas virais que se reproduzem continuamente e causam danos — diz.

Por que casos de viroses costumam aumentar durante a temporada de verão? 

O período de intenso calor e o aumento da população flutuante, principalmente na região litorânea de Santa Catarina, podem influenciar para o aumento da doença devido às condições favoráveis para a reprodução dos vírus. 

— Por exemplo, na nossa região [Santa Catarina], começa o verão e aumenta o turismo, com uma aglomeração enorme de pessoas — explica.

Quais são os principais sintomas causados pela virose? 

Os principais sintomas das doenças diarreicas agudas (DDA) são náuseas, vômitos, diarreia e dor abdominal. O infectologista explica que ,em alguns casos, o paciente pode apresentar febre e desidratação, que pode levar a quadros mais graves:

— A desidratação é a consequência inicial mais séria que uma diarreia e uma gastroenterite podem causar. O paciente perde muito líquido e acaba não compensando. Isso pode levar um quadro mais grave.

Principais sintomas

  • Náusea
  • Vômitos
  • Dor abdominal
  • Cólicas
  • Diarreia
  • Mal-estar
  • Febre

Virose é contagiosa?

Sim, a virose pode ser contagiosa caso não haja cuidado com a higienização, explica o médico. Para impedir que esses casos ocorram, é necessário lavar bem as mãos e os alimentos.

— É contagiosa através que a gente chama da transmissão fecal-oral. Ou seja, se você não cuidar na higienização das suas mãos, tocando ou manipulando alimentos contaminados e levar essa mão à boca, o vírus vai ser transmitido para você ou você vai transmitir para outra pessoa. Alimentos bem conservados, bem higienizados, bem refrigerados você vai impedir essa cadeia. Começa desde a higienização das mãos, do autocuidado, dos alimentos bem conservados, dos alimentos — diz o médico. 

Quando é preciso procurar o hospital? 

Segundo Tarcísio, é possível cuidar dos primeiros sintomas da virose ainda em casa, ingerindo bastante líquido e através de uma alimentação mais leve. Contudo, caso o quadro da doença evolua para sinais de desidratação e presença de febre, é indicado buscar por atendimento médico. 

— Tomar os cuidados de higiene, uma alimentação mais leve e evitar comidas que são mais laxativas. O cuidado inicial é hidratar-se. Existem os reidratantes que são oferecidos no SUS. Existe os reidratantes que você pode comprar na farmácia e tem ainda a possibilidade de você fazer um soro caseiro — pontua.

A maioria dos casos de virose conseguem ser controlados ainda em casa e não evoluem para casos mais graves. 

— Além disso, tomar uma água filtrada que foi limpa, fervida e filtrada, porque com isso você vai vai se manter hidratado e dando tempo do organismo se restabelecer. Mas caso não consiga controlar o vômito, diarreia e apresentar os sinais de desidratação, que é mal estar geral, boca seca, diminuição de urina porque perdeu líquido, você precisa de um atendimento mais próximo do médico — complementa.

Como evitar a virose? 

As principais formas de evitar o contágio por doenças diarreicas agudas (DDA) é através da higienização e evitar banho de mar em pontos considerados impróprios pelo Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA/SC). 

— Lavar as mãos antes de se alimentar e depois se alimentar. Antes de utilizar o banheiro e depois utilizar o banheiro. Ficar de olho se a praia é própria para banhos, se está sendo monitorada. Observar o aspecto dos alimentos, a conservação dos alimentos, se foram bem preparados, em um ambiente que segue as normas da vigilância sanitária — sugere o infectologista.

  • Cuidar com a qualidade da água ingerida que deve ser tratada, fervida ou mineral;
  • Evitar a ingestão de frutos do mar crus, carnes mal passadas, especialmente sem saber a procedência; 
  • Ao levar alimentos para a praia, cuidar da higiene e manter a refrigeração adequada;
  • Não consumir sucos, batidas, caipirinhas e outras bebidas não industrializadas sem saber a procedência dos ingredientes utilizados;
  • Não consumir alimentos fora do prazo de validade, mesmo que aparência seja normal;
  • Não consumir alimentos que pareçam deteriorados, com aroma, cor ou sabor alterados, mesmo que estejam dentro do prazo de validade;
  • Higienizar as mãos com frequência, especialmente antes e depois de utilizar o banheiro, trocar fraldas, manipular e preparar os alimentos, amamentar e tocar em animais;
  • Não frequentar locais com condição imprópria para banho. 

Quais os grupos de risco para doença? 

Todas as pessoas estão suscetíveis a ter a doença, contudo, idosos, crianças e pessoas com problemas imunológicos são considerados dentro do grupo de risco e podem apresentar sintomas mais graves.

Fonte:

NSC

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