Caso Andressa

Tarde de 17 de junho de 2010, um dia normal na pacata cidade Luzerna, de 5 mil habitantes, no Meio-Oeste catarinense.

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Tarde de 17 de junho de 2010, um dia normal na pacata cidade Luzerna, de 5 mil habitantes, no Meio-Oeste catarinense. Mas, essa normalidade se quebraria com a chegada da noite e uma notícia preocupante, o desaparecimento de uma menina de 12 anos. Seria a primeira vez que o nome Andressa Holz chamaria a atenção, depois se tornaria motivo de orações, apreensão, angústia e por fim, de uma extrema tristeza.

Um longo e interminável período de incertezas tomou conta de Luzerna, da região e de todo estado, até que em 1º de Outubro, a notícia que ninguém queria ouvir se confirmou, Andressa estava morta. O corpo foi encontrado a cerca de 2 quilômetros de onde ela morava com a família, em meio a mata num local de difícil acesso. A biclicleta que ela usava no dia do desaparecimento foi encontrada por primeiro, depois, entre as raízes de uma árvore, o corpo frágil e a mochila, com os pertences da menina. Um ano desde o desaparecimento se passou e o caso ainda é um mistério. Nas últimas semanas, após um pedido do promotor de justiça Protásio Campos Neto, a Delegacia de Homicídios da capital também passou a investigar a morte da menina , mas poucas informações são repassadas. Ao longo desse ano, o edeluiz.com acompanhou as investigações e a ação da polícia. Este é um pequeno resumo do que colhemos Desparecimento Andressa saiu de casa, em Linha Leãozinho, por volta das 15hs, de bicicleta, para participar da catequese no pavilhão da igreja matriz, centro da cidade. Por volta de 16hs, ela se despediu dos amigos e voltou sozinha para casa, como conta uma das cartas escrita pro um colega. “Por volta das 3h da tarde chegou à catequese, com a professora Eliane Bender e seus colegas. Quando acabou disse tchau a todos e rumou para casa. Passou pelo posto de gasolina para calibrar os pneus, e seguiu. Mas, a uns 500 metros de casa desapareceu misteriosamente, sem pistas, sem ninguém ver”. Por volta de 17hs os pais notaram que a menina estava demorando, começaram a procurar. Anoitecia e a menina não havia sido encontrada. Eram dias frios de outono. A polícia foi avisada do desaparecimento, mas antes disso já havia uma multidão a procura da menina. Onde ela estaria? O responsável pela delegacia de polícia de Luzerna, Gilmar Bonamigo, explicou na época que as buscas contavam com o auxílio de dezenas de voluntários e se concentravam nas imediações da estrada que dá acesso a Linha Leãozinho, onde o corpo seria encontrado meses depois. A notícia corria e todos procuravam pela menina que havia saído de casa com uma camiseta do Grêmio, Mochila e uma bicicleta azul. Á partir daí só o que restou foi a esperança, mesmo que fosse a de um sequestro, que poderia vir com a ligação do autor pedindo o resgate. Não houve contato. Cães farejadores, policiais e até um helicóptero da Polícia Civil foi usado na tentativa de achar alguma pista nos dias que se seguiram. Toda a área foi varrida, até mesmo o local onde o corpo seria encontrado. Nada apareceu. Um suspeito surgiu, um homem que trabalhava em um circo que estava na região na época do sumiço. Começou a onda de boatarias. A menina teria fugido com o circo, teria sido raptada pelo suspeito. O homem foi preso. Em depoimento ele confessou que havia matado Andressa, mas entrou em contradição. Por fim, um irmão apareceu e confirmou que o homem não estava na região no dia do crime e que sofria de problemas mentais. Ele foi solto. Tudo voltava a estaca zero. A onda de boatos não parou por aí. Pessoas diziam que o corpo estava em Luzerna, próximo ao seminário, que Andressa havia sido encontrada no Paraná. Nada se confirmou e tudo só serviu para prejudicar as investigações da polícia. Os meses se passaram, até que numa manhã de sexta-feira de outubro a angústia por saber o que havia acontecido teve fim. Andressa estava morta. Um grupo de vizinhos e o pai de Andressa, Otávio Holz, foram os responsáveis por achar os restos mortais e a bicicleta. O desespero tomou conta, a menina nunca mais voltaria. O que disse o pai Otávio Holz deu sua versão para como teria desconfiado do local onde estava o corpo da filha, foi ele quem mobilizou os vizinhos para as novas buscas. O pai declarou que uma pessoa estranha esteve na casa dele na terça-feira, 28 de Setembro, e teria indicado. Otávio disse desconfiar desta pessoa, que preferiu não revelar o nome. Segundo ele, a família estava com medo por acreditar que o homem seria um maníaco, responsável pela morte de Andressa. Pai é chamado para depor novamente Na segunda, após o corpo ser encontrado, a polícia ouviu os pais por mais de seis horas. Segundo o Delegado Ademir de Oliveira, em depoimento, Otávio Holz, respondeu várias questões, entre elas sobre como era o relacionamento dele com a família e especialmente com a menina Andressa. Otávio admitiu ser bastante enérgico, mas também amoroso com os filhos. A polícia queria saber mesmo se ele realmente sabia quem matou a menina. Durante entrevista concedida na época ao Blog do Éder Luiz, Otávio disse entre outras coisas, que pessoas falaram demais, insinuando que ele tinha um caso com a menina e que maltratava Andressa. Ele disse ainda que quem falasse deveria provar. Na seqüência, na mesma entrevista, Otávio disse saber quem matou Andressa, que seria alguém próximo e que iria surpreender a todos com a declaração. Mas, diante do delegado e dos investigadores negou que soubesse quem é o assassino e disse que falou isso por estar muito nervoso. Perícias Não foram encontradas impressões digitais na bicicleta e nem nos pertences de Andressa. O DNA, para verificar a paternidade, confirmou que Clair e Otávio eram os pais biológicos de Andressa. O exame para verificar a causa da morte apresentou poucos resultados. Devido ao adiantado estado de decomposição os legistas tiveram dificuldades. Uma única anomalia foi encontrada em uma vértebra do pescoço. O que poderia indicar que a menina foi morta por esganadura, mas o problema poderia ser de nascença. A polícia tinha suspeitos, mas nenhuma prova. O inquérito foi enviado para o Ministério Público, que devolveu para a investigação. Por último, o promotor Protásio recebeu a documentação e disse que era sugerido um possível arquivamento. Foi ai então que ele solicitou o auxílio da Delegacia de Homicídios. Quase um ano depois a polícia volta com força ao caso. Existem rumores de que algo foi descoberto. Mas, essa é uma investigação onde os rumores quase nunca se confirmaram e só criaram expectativas frustradas. O vídeo que está em nossa galeria é um registro feito com telefone celular do local onde o corpo foi encontrado. Ele mostra a dificuldade para se chegar ao corpo e a bicicleta, e como dever ter sido aterrorizante para Andressa ter sido levada até o local pelo assassino. No registro há também uma entrevista com o Delegado Ademir de Oliveira, que fala sobre as primeiras conclusões naquele dia. A edição é de Ênio Brambatti.

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