Juiz citou risco de fuga do país para determinar prisão de influenciadores de SC

Eles são suspeitos de fraudes em jogos de azar, como o Jogo do Tigrinho.

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Foto: Reprodução/Redes sociais
Foto: Reprodução/Redes sociais

Uma possível fuga do casal de influenciadores Ianka Cristini e Bruno Martins para o exterior foi um dos fatores que levaram o Poder Judiciário de Santa Catarina a determinar a prisão preventiva deles. Segundo a decisão, eles já tinham uma casa na Flórida, nos Estados Unidos.

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A informação consta na determinação judicial, obtida pela colunista Dagmara Spautz, da NSC. O casal e uma assessora foram presos na operação Lance Final, contra fraudes relacionadas ao Jogo do Tigrinho. A defesa dos três disse em nota que ainda não teve acesso total à investigação e que vai se manifestar após ter ciência dos detalhes do caso.

De acordo com a decisão, escrita pelo juiz Paulo Eduardo Huergo Farah, da Vara de Garantias de Itajaí, no Litoral Norte, a substituição da prisão por medidas cautelares seria "insuficiente". Para ele, sem a prisão o casal poderia continuar o esquema ou fugir do país.

“Na presente situação, caso permaneçam em liberdade, os investigados poderiam continuar na prática das supostas condutas ilícitas, lesando inúmeros terceiros, bem como ocultar indícios, ou até mesmo evadirem-se do país, já que consta informação de que possuiriam imóvel no exterior, especialmente diante do fato da prática criminosa transbordar as fronteiras tecnológicas e adentrar a um complexo sistema entabulado por meio de diversas pessoas jurídicas”, escreveu o juiz.

Além do esquema (leia mais abaixo), são apurados outros crimes, como a lavagem de dinheiro, fora do ambiente virtual.

"Os investigados não estariam adstritos ao uso e manipulação das plataformas virtuais, eis que, especialmente a lavagem de dinheiro, a exemplo, ocorreria por intermédio de empresas, com a constituição de pessoas jurídicas, de modo alheio ao ambiente digital. Ademais, nesse diapasão, há indícios da ocorrência de outros delitos também cometidos fora do do mundo virtual, como as infrações penais contra a ordem tributária, contra a economia popular e contra as relações de consumo”, escreveu o juiz na decisão.

Operação e esquema

A ação foi coordenada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), órgão ligado ao MP especializado em investigações de crimes complexos. A Secretaria do Estado da Fazenda e da Polícia Científica catarinense também ajudaram na apuração.

Como funcionava a fraude, de acordo com o MPSC:

  • O esquema de fraude orquestrado pelos investigados que visava lucro fazendo simulações falsas de ganhos exorbitantes através de jogos de azar, em especial o Jogo do Tigrinho.
  • Os investigados se valiam de uma versão de demonstração do jogo para simular ganhos falsos e estimular os seguidores a se cadastrarem e realizarem apostas.
  • Dessa forma, recebiam vantagem indevida tanto por cadastro realizado, como por porcentagem do valor apostado e perdido.

A operação cumpriu 15 mandados de busca e apreensão e três mandados de prisão preventiva nos municípios catarinenses de Brusque, no Vale do Itajaí, e Balneário Camboriú, no Litoral Norte, além da capital paulista e Embu das Artes, no estado de São Paulo, e João Pessoa, na Paraíba.

Veículos e imóveis foram indisponibilizados pela Justiça. Isso significa que, segundo o MP, eles seguem na posse dos investigados durante o processo e não podem ser vendidos. O objetivo é garantir possíveis indenizações às vítimas ou identificar se foram adquiridos com dinheiro dos golpes.

Não foi detalhado se os itens estavam em nome do casal, da assessora ou de outros possíveis investigados.

Veja a lista de bens alvo da ação:

  • BMW X6;
  • BMW M3;
  • McLaren 720 Spider;
  • Ativos financeiros;
  • Cadilac Escalade blindado;
  • Apartamentos e casas de luxo.

Fonte:

G1

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